Parei e fiquei lembrando outro dia Daqueles do passado De talvez três décadas Ou mais ou menos Sei lá De um tempo de risos... De tela de TV amarelada Preto e branco De lanchinho sem refrigerante De filmes de bang bang De tolos pensamentos Inocentes pensamentos... Lembro das brincadeiras de fogueira Dos jogos de rua De um tempo de risos... De perigos distantes De visinhos bondosos De histórias contadas De sonhos distantes Mas sonhados De um tempo de risos... Quero sorrir com a mesma intensidade De um tempo de risos...
Primeira dança, Frio na barriga Alguém se aproxima Gela e palpita o coração Justamente quem estava na mira As mãos tremem Ainda criança Sem relação entre os sentimentos Coração dispara Pára e aceita Não há música nos ouvidos Corpos se juntam Misturam-se Emudecem Pernas que insistem em descompassar Desajeito total Um desejo de continuar E um outro de terminar Fim E outro recomeço Experiência válida Nove anos... Bons tempos de ensaios arrebatadores!
Primeiro beijo, Confuso Coração palpitante Gelo nas pernas Inexplicável... Explorável Estranho... Primeiro beijo, Escondidinho Infantil Ou juvenil Sei lá... Primeiro beijo, Uma menina e Um menino Corpos que não se encontram... Primeiro beijo, Sem jeito Sem língua Sem gozo Primeiro beijo, Único.
De repente, barulhinhos suaves de pingos na telha e no vidro da janela, local preferido para olhar a chuva, corro e olho pelo vidro embaçado, vejo uma rua vazia e levemente neblinada, uma ou outra pessoa passando com um ar de quem está com pressa e frio, muito frio... eu também tenho um frio que contrasta com uma vontade enorme de tomar um demorado banho de chuva. Tudo finda e a vontade passa...